Essa semana, na terça-feira, Hayoa Miyazaki completou 80 anos de idade.
O diretor japonês, mestre das animações e um dos fundadores do Studio Ghibli, um dos maiores de Animes do mundo, já realizou algumas das obras mais influentes na história da categoria. Entre elas, está A Viagem de Chihiro, de 2001, que é considerado por muitos a sua obra máxima e que completa esse ano 20 anos de seu lançamento original.

Na trama do filme, acompanhamos a menina Chihiro, de 10 anos de idade, que ao descobrir que a família vai se mudar fica insatisfeita. Quando no meio da viagem seus pais acabam errando o caminho, eles chegam em uma cidade sem nenhum habitante e seus pais ao comerem uma comida aparentemente sem dono acabam por serem transformados em porcos. A partir daqui, perdida e sozinha, Chihiro terá que se aventurar por um mundo de fantasia, povoado por seres fantásticos e espíritos, onde seres humanos não são bem-vindos.

Uma história profunda e cheia de significados, o filme quebrou barreiras importantes, sendo hoje altamente reconhecido como um dos melhores do século XXI. Dito isso, hoje faremos uma celebração em dose dupla: Pelos 20 anos de A Viagem de Chihiro e pelos 80 de seu realizador, separamos os melhores fatos e curiosidades para conhecermos melhor a história do Anime. Vamos a elas!

Obra íntima

A Viagem de Chihiro foi escrito, dirigido e ilustrado por Hayao Miyazaki. Sendo essa uma obra muito pessoal para ele, ele fez questão de ter a maior parte do controle criativo de seu desenvolvimento.

Inspiração

Miyazaki se inspirou na filha de 10 anos de um amigo dele, Seiji Okuda, um dos produtores do filme, para a criação do longa. Quando eles estavam juntos em uma viagem, ele percebeu que existiam poucos filmes falando sobre os problemas e desafios das crianças nessa idade.

Temas Abordados

A Viagem de Chihiro é um filme profundo. Alguns de seus principais temas são autodescoberta e transição da infância para a vida adulta, além de fazer críticas a sociedade japonesa moderna e a poluição ambiental.

Roteiro e Final

Miyazaki afirmou em entrevistas que quando ele começou a pensar na trama do longa ele não pensou em um final para a história. Ele diz que a conclusão veio de forma natural, enquanto ele desenhava a animação, e que ela parecia ter vontade própria, fazendo com que ele somente a seguisse.

Rio Poluído

Na cena do espírito fedorento (representando um rio poluído) que precisa ser lavado, uma das melhores de todo o filme, Chihiro recupera uma bicicleta no processo. Acontece que Hayoa Miyazaki, abertamente um ambientalista, utilizou uma experiência real de sua vida para essa sequência, já que quando jovem ele colaborou na limpeza de um rio da sua cidade e também encontrou uma bicicleta perdida.

Recorde de Bilheteria

O filme arrecadou cerca de 30,4 bilhões de ienes (algo como US$ 355,5 milhões), se tornando a maior bilheteria da história do Japão por 15 anos. Em 2016, ele foi superado pelo filme Your Name, que por sua vez arrecadou US$ 358 milhões.

Oscar

Em 2003, A Viagem de Chihiro foi a primeira (e única até hoje), animação em língua não-inglesa a vencer o Oscar de Melhor Animação. O filme superou fortes concorrentes como: A Era do Gelo, Lilo & Stitch, Spirit: O Corcel Indomável e Planeta do Tesouro.

Recusando o Prêmio

Apesar da vitória no Oscar, Miyazaki, um pacifista nato, não compareceu à cerimônia de entrega do prêmio em protesto contra a Guerra do Iraque que acontecia na época.

Popularidade e Importância

A Viagem de Chihiro, para muitos, apesar de lançamentos bem sucedidos no final dos anos 80, como O Túmulo dos Vagalumes e Meu Amigo Totoro, é o filme que fez verdadeiramente o nome do Studio Ghibli no ocidente e no mundo. Além de todas as barreiras quebradas, como a vitória no Oscar, foi eleito em 2016 o quarto melhor filme do século XXI por 177 estudiosos de cinema e o segundo melhor pelo The New York Times.