A CARREIRA DE ALFRED HITCHCOCK E CINCO FILMES PARA CONHECER O DIRETOR!
Nascido em 13 de agosto de 1899, na cidade de Londres, Alfred Hitchcock foi um dos mais aclamados diretores da história do Cinema Mundial. Conhecido como “O Mestre do Suspense”, ele dirigiu mais de 53 longas-metragens durante toda sua carreira e faleceu em 1980, alguns meses depois de receber a Excelentíssima Ordem do Império Britânico, que o fez Sir Alfred Hitchcock.
Para celebrar o que seria hoje o seu aniversário de 121 anos, decidimos fazer uma matéria contando um pouco de sua carreira e cinco filmes para entender melhor o trabalho do cineasta.
Carreira:
Início na Inglaterra
Hitchcock começou sua trajetória cinematográfica em 1919, no seu país natal. Na ocasião, ele era designer de intertítulos (os “diálogos” dos filmes mudos). Em 1925, ele fez sua estreia no cargo de diretor com o filme The Pleasure Garden. O resultado agradou o estúdio e o deu oportunidade de se aventurar outras vezes no cargo. Assim sendo, em 1929, com o filme Blackmail, o Mestre do Suspense realizou o seu primeiro grande sucesso (que curiosamente foi também o primeiro filme britânico falado da história).
Após Blackmail, o diretor emplacou uma sequência de bens sucedidos trabalhos como: O Homem que Sabia Demais (1934), Os 39 Degraus (1935) e A Dama Oculta (1938).
Hollywood
Acumulando sucessos na bagagem, não demorou muito para Hitchcock chamar atenção de produtores da terra do Tio Sam. Com isso, em 1939 o cineasta se mudou para os Estados Unidos e assinou contrato com o lendário produtor David O. Selznick (King Kong, E o Vento Levou).
Sua estreia no país foi com o pé direito no filme Rebecca: A Mulher Inesquecível (1940), vencedor do Oscar de Melhor Filme na cerimônia realizada em 1941. Após esse, Hitchcock lançou filmes que vão desde o seu característico Suspense, alguns com uma pegada mais comédia, até Filmes Noir. Foi na sua fase americana que ele realizou a maioria de seus filmes que são considerados alguns dos melhores de todos os tempos. Foram dezenas de bens sucedidos longas em quase quatro décadas, como: Sombra de uma Dúvida (1943), Interlúdio (1946), Festim Diabólico (1948), Disque M para Matar (1954), entre outros (que serão citados mais a frente).
Características e Curiosidades:
Alfred Hitchcock é amplamente considerado como um dos melhores diretores da história do Cinema. Foi eleito o maior diretor britânico pelo The Telegraph e o maior do cinema mundial pela Entertainment Weekly. Além disso, em 2002, a revista Sight and Sound (uma das mais respeitadas no mundo sobre Cinema) o elegeu o segundo mais influente cineasta de todos os tempos, perdendo somente para Orson Welles (a mente por trás de Cidadão Kane, 1941). A mesma revista classificou também o seu filme Um Corpo que Cai (1958) como o melhor de todos os tempos.
A alcunha o “Mestre do Suspense” surgiu pois foi o diretor quem ajudou a conceber o gênero no Cinema com suas técnicas narrativas para aumentar a tensão e tornar os espectadores parte de seus filmes. Ele também era famoso por fazer pequenas participações em seus longas (Cameos).
Outra característica marcante de Hitchcock era o seu comportamento polêmico nos bastidores dos filmes. Por muitos considerado como um diretor obsessivo, o cineasta possui uma série de histórias contadas por intermédio de atores e atrizes com quem trabalhou que relatam algumas atitudes contestáveis (e até mesmo abusivas). Diz a lenda que ele trancou a estrela de Os Pássaros (1963) em um quarto repleto de aves para prepará-la para o papel...
Por incrível que pareça Alfred Hitchcock nunca venceu um Oscar de Melhor Diretor, apesar de ter sido indicado cinco vezes. Em 1968, a academia responsável pelos prêmios Oscar decidiu condecorá-lo com um prêmio honorário pelo conjunto de sua obra (a famosa mea-culpa).
5 Filmes para conhecer o Diretor:
Janela Indiscreta (1954)
Em Nova York, o fotógrafo L.B. Jeffries (James Stewart), por ter quebrado a perna, passa o dia em seu apartamento observando a vida de seus vizinhos com um binóculo. Até que, alguns acontecimentos suspeitos o fazem acreditar que um assassinato foi cometido no prédio em frente. Amplamente considerado uma das obras-primas do diretor, o filme transforma seu espectador em parte da trama, como se estivéssemos, na forma de cúmplices, ao lado de seu protagonista em suas "investigações". Vale ressaltar também a presença da incrível Grace Kelly, a musa de Alfred Hitchcock. Esse é um de seus filmes que constantemente figura em listas dos melhores já feitos.
Um Corpo que Cai (1958)
Em São Francisco, suspeitando que sua esposa seja a reencarnação de uma mulher que teria vivido há muito tempo atrás, um homem contrata Scottie Ferguson (James Stewart), um detetive que sofre de Vertigem (Vertigo, que é o significado da palavra em inglês e dá o nome original ao filme) para investigar suas ações suspeitas. O que Scottie não sabe é que ele está sendo manipulado em uma trama que não é nada do que aparenta ser. De início sobre investigação, mais para frente Um Corpo que Cai torna-se uma história sobre obsessão. Eleito o melhor filme de todos os tempos pela Sight & Sound, essa é sem dúvidas uma obra-prima do diretor. Roteiro com reviravoltas, direção e fotografia impecáveis, trilha sonora magnífica do incrível Bernard Hermann (mais tarde viria a trabalhar em Taxi Driver). Esses são alguns pontos positivos desse longa, que ainda por cima foi pioneiro em utilizar o zoom Dolly: Distorção da imagem a fim de causar um efeito de desorientação (A técnica ficou conhecida como "efeito Vertigo", em homenagem ao filme).
Intriga Internacional (1959)
Roger Thornhill (Cary Grant), um publicitário, é confundido, por uma misteriosa organização, com um agente chamado George Kaplan. Perseguindo-o de norte a noroeste (North by Northwest, título original do longa) do território dos Estados Unidos, os agentes da organização acreditam que Roger seja responsável pelo roubo de um microfilme confidencial. Com uma trama de espionagem envolvente e sequências tensas de cair o queixo (A mais famosa delas a da imagem acima), esse é mais um dos filmes essenciais de Alfred Hitchcock, que também está sempre marcando presença em listas elegendo os melhores filmes já feitos.
Psicose (1960)
Marion Crane (Janet Leigh) rouba 40 mil dólares de seu chefe para casar e começar uma nova vida. Durante a fuga, uma forte tempestade a leva para um antigo hotel na beira da estrada administrado por um jovem, aparentemente, muito gentil chamado Norman Bates (Anthony Perkins). Marion decide passar a noite no local sem saber o que está por vir por meio de Bates, que nutre uma relação peculiar com sua mãe. Um dos maiores clássicos do terror e suspense da história, Psicose é mais um dos filmes indispensáveis do diretor (e provavelmente é o mais famoso deles). Com sequências memoráveis (como a do chuveiro, onde temos mais uma vez um Bernard Hermann inspirado), o longa tornou-se um ícone Pop. Seu legado resultou em uma série prelúdio: Bates Motel.
Os Pássaros (1963)
Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma socialite que em uma visita a uma pet shop conhece o advogado Mitch Brenner (Rod Taylor). Após o encontro, ela decide procurá-lo e viaja até a cidade de Bodega Bay, na Califórnia. Porém, um insano ataque de milhares de pássaros aos moradores começa a interferir nos planos de Melanie e Mitch. Em um primeiro momento, uma análise superficial pode nos levar a crer que esse é um filme com uma premissa bem boba e sem sentido. De fato, ao assistirmos o longa (principalmente ao seu final) ele causa uma certa estranheza, tendo em vista que ao fim da projeção nada fica esclarecido. Nem mesmo a origem do ataque dos pássaros. Isso levou a crença comum de que esse seria um dos "menos Hitchcock" dentre os filmes do cineasta. Porém, para muitos, é aí que mora a sua genialidade. O longa é, de propósito, livre para interpretações diversas. Nem mesmo o próprio diretor quando perguntado esclareceu do que Os Pássaros se trata.