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    A ORIGEM DOS FILMES DE MÁFIA!

    A ORIGEM DOS FILMES DE MÁFIA!

    6 min.01/09/2020Guilherme Salomão

    Dia de Máfia! Mais uma semana, mais um gênero cinematográfico no nosso projeto de apresentá-los para vocês. Dessa vez vamos explorar esse que gerou diversas obras-primas e se tornou um dos mais amados por entusiastas da sétima arte.

    Máfia como gênero estabelecido teria surgido nos anos 20 quando as famílias criminosas prosperavam nos Estados Unidos no auge da Lei Seca. Os mafiosos foram sendo vistos como bons exemplos para serem adaptados para mídias ao longo do tempo, como a literatura, Televisão e jogos. Além desses, estava também o cinema, que teria enxergado essas histórias como um gênero próprio para ser adaptado para as telas, podendo contar as histórias reais contemporâneas ou usá-las como inspiração. De forma geral, o cinema pode ser considerado como um dos pioneiros do gênero como um todo.

    Vamos entender melhor essa história na sétima arte em partes!

    Primórdios

    Desde os primórdios da sétima arte, histórias sobre crime nas cidades foram tema recorrente. De fato, os filmes de Máfia podem ser considerados como um subgênero dos filmes de crime. Os pioneiros a explorar o tema no cinema foram The Musketeers of pig Alley (1912), do americano revolucionário D.W. Griffith, e, mais tarde, Dr. Mabuse: O Jogador (1922), do austríaco Fritz Lang, também revolucionário.

    Porém, os filmes focados nos gangsteres, como dito anteriormente, conquistaram espaço nos anos 20, no auge da Lei Seca americana. Sendo assim, os primeiros exemplares verdadeiramente do tema foram Paixão e Sangue (1927), de Josef Von Sternberg, e A Lei dos Fortes (1928), de Lewis Milestone.

    Cena clássica de Paixão e Sangue.

    Warner e a Era de Ouro

    Mais tarde, no início dos anos 30, a Warner Bros. se tornou especialista em levar para as telas as histórias de Máfia. Nessa época, com o cinema falado tomando forma e com a Grande Depressão da época da Crise de 1929, cada estúdio decidiu investir pesado em um gênero para atrair o público para os cinemas (A Universal, por exemplo, apostou em adaptações de histórias de monstros como Frankenstein e Drácula e se tornou a casa do terror em Hollywood). Sendo assim, a Warner foi responsável por alguns dos mais influentes filmes de Máfia. Os principais deles foram: Alma no Lodo (1931), dirigido por Mervy Leroy, que foi o primeiro filme falado do gênero, e Inimigo Público (1931), de William Wellman, que hoje em dia é reconhecido como um dos mais essenciais filmes do gênero.

    Poster clássico de Inimigo Público. O filme foi estrelado por James Cagney, que ficou marcado por seus papéis em filmes de máfia.

    Os anos 30 tornaram-se o que muitos chamam de a Era de Ouro dos filmes de gangsteres. O lendário Howard Hawks dirigiu Scarface: A Vergonha de Uma Nação em 1932, que se tornou outro expoente do gênero (em 1983 ganhou um remake sob comando de Brian De Palma e com Al Pacino no papel principal). O filme sofreu com a censura da época, que mais tarde, em 1934, tornou-se mais forte ainda com a implementação de forma mais rigorosa do chamado Código Hays de censura. A partir daqui os filmes não podiam mostrar mais violência explícita e nem tratar com glamour os criminosos. O resultado levou alguns estudiosos sobre cinema em dividir Hollywood em dois períodos: O pré e o pós código.

    Scarface teve produção de Howard Hughes e, diz a lenda, era o filme favorito de Al Capone.

    Tendo que se reinventar, o gênero mostrou os policiais como heróis em Beco sem Saída (1937), de William Wyler, e Anjos da Cara Suja (1938), de Michael Curtis. Porém, esse foi o início do declínio. Com o advento da Segunda Guerra Mundial em 1939, o gênero sofreu de vez com a queda de popularidade e só retornaria no final dos anos 40.

    Legado

    Como já dito, no final dos anos 40 em diante os filmes de Máfia voltaram a ter certa popularidade. Dominados pelo ódio (1958), com Charles Bronson, foi um destaque do período, junto de filmes japoneses falando sobre a famosa máfia japonesa, a Yakuza, como Tóquio Violenta (1966).

    Porém, apesar disso, foi nos Estados Unidos com o início do declínio do código de censura que o gênero voltou ao topo de sua popularidade. Em 1967, estreou o histórico Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas. Estrelado por Warren Beatty e Faye Dunaway, acompanhamos a história real do casal criminoso que dá nome ao filme. Ele se tornou um marco por sua violência mais explícita (o seu subtítulo não é mera coincidência) até então proibida pela censura. Por conta disso, muitos consideram o filme como sendo o início do movimento que ficou conhecido como A Nova Hollywood.

    Faye Dunaway e Warren Beatty como Bonnie e Clyde. Curiosidade: Eram eles o casal que entregou o Oscar no fatídico ano em que La La Land foi anunciado vencedor antes de Moonlight por conta do erro nos envelopes.

    Foi na época desse movimento que surgiram nomes como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Brian DePalma, até então jovens cineastas com ideias inovadoras que com a queda definitiva do Código Hays puderam mostrá-las, fazendo filmes mais realistas, que incluíam novas histórias de Máfia. O resultado, nos anos seguintes, foram longas como a obra-prima O Poderoso Chefão (1972), de Coppola, e Caminhos Perigosos (1973), de Scorsese.

    Francis Ford Coppola e Marlon Brando nos bastidores de O Poderoso Chefão.

    Mais tarde, Brian De Palma nos mostraria a história de Al Capone com Os Intocáveis (1987) e Scorsese se imortalizaria no gênero com obras-primas como Os Bons Companheiros (1990) e Casino (1995). Juntam-se a eles Sergio Leone com o épico da categoria, Era Uma Vez na América (1984). Detalhe: Todos esses quatro filmes foram estrelados por Robert De Niro.

    Os Bons Companheiros. Da esquerda para a direita: Ray Liotta, Robert De Niro, Paul Sorvino, o diretor Martin Scorsese e Joe Pesci.

    Quentin Tarantino nos anos 90 realizou Cães de Aluguel (1992), o primeiro longa de sua filmografia, uma homenagem a era de ouro do gênero.

    Cena clássica de Cães de Aluguel.

    Já na televisão, a HBO marcou o século XXI com a série homônima contando a história da Família Soprano (1999-2007).

    Família Soprano é considerada por muitos como a melhor série de todos os tempos.

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