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Crítica - 'A Cor Púrpura' brilha nos números musicais mas parece esquecer do peso intrínseco a essa história.

Crítica - 'A Cor Púrpura' brilha nos números musicais mas parece esquecer do peso intrínseco a essa história.

3 min.07/02/2024Guilherme Salomão

Três anos depois de ter parado o mundo com 'E.T., O Extraterrestre', Steven Spielberg fez 'A Cor Púrpura', um drama adaptado do livro homônimo da escritora Alice Walker, e provou o seu talento para além da fantasia, da aventura e do suspense. E aquele era um drama forte, que carregava todas as características do seu diretor consigo: vínculos intensos entre os personagens; momentos de muita carga dramática e emocional; bom senso de humor nas horas certas; e uma direção calorosa, de uma câmera que capturava com gosto os acontecimentos e as paisagens naturais belíssimas.

Dito isso, comparar obras e versões de uma história pode soar como um movimento injusto. Entretanto, parece inevitável, nesse caso, não praticar esse exercício com a supracitada versão de Spielberg de 'A Cor Púrpura' e com essa de 2023- uma adaptação do musical da Broadway também baseada na obra de Wlaker e que conta com o próprio Spielberg envolvido, agora no cargo de Produtor.

Dirigido por Blitz Bazawule, essa versão musical mantém muitas das características do filme de 1985. Sua direção também é calorosa, de uma decupagem de planos muito bem iluminados nas sequências externas e de um uso interessante de sombras e de fechos de luz que se destacam nos cenários nas internas. O elenco, assim como na versão de Spielberg, que contava com as ótimas performances de Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey nos papéis de Celie e Sofia, é outro acerto, com o destaque indo para a indicada ao Oscar de Atriz Coadjuvante, Danielle Brooks.

Pelo lado dos números musicais em si, todos estão bem coreografados, enquanto a câmera de Bazawule é inquieta, se movimentando sutilmente ao redor dos seus atores na maior parte do tempo. Outro destaque, nesse quesito, são as sequências musicais imaginadas pela própria protagonista Celie (Fantasia Barrino): mais romantizadas e fantasiosos, elas transparecem a sua natureza sonhadora enquanto personagem.

A grande questão de ‘A Cor Púrpura’, entretanto, é que alguns momentos chave tão marcantes além das músicas soam corridos e os laços entre os personagens parecem não possuir tanto peso. E, apesar de na parcela final alguma comoção seja até almejada, isso é algo que se faz sentir sobretudo no início da projeção, em que dois dos acontecimentos chave mais marcantes da história- os instantes iniciais de Celie e Nellie juntas e a subsequente separação das duas irmãs de forma abrupta e cruel- não se dão o tempo necessário para terem seus impactos devidamente absorvidos pelas audiências.

Talvez isso seja, mais uma vez, um efeito das comparações do musical com a versão de Steven Spielberg, que emocionava onde justamente falta algo nesse. E é interessante como que esse ‘A Cor Púrpura’ se assemelha, de certa forma, à versão musical de ‘Meninas Malvadas’ lançada anteriormente em 2024, já que o remake da icônica comédia de 2004 soa como uma quase reprodução exata do filme original, só que menos carismática e com a adição dos números musicais. 

A Cor Púrpura’, em suma, é um bom filme do gênero musical, mas que parece esquecer um bocado do peso que essa história carrega consigo. 

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