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Crítica: Creed III se aprofunda nas origens de seu protagonista e prova que há vida na franquia além de Rocky Balboa.

Crítica: Creed III se aprofunda nas origens de seu protagonista e prova que há vida na franquia além de Rocky Balboa.

4 min.05/03/2023Guilherme Salomão

Lançado mais de quatro décadas atrás, Rocky: Um Lutador (1976), foi um marco na história do cinema. Sucesso de bilheteria e vencedor do Oscar de Melhor Filme em 1977, o filme apresentou para o mundo um dos personagens mais queridos da cultura pop, Rocky Balboa, e fez de Sylvester Stallone, seu intérprete, astro global. Dito isso, ao longo do tempo, foram inúmeras as sequências do sucesso original que deram a oportunidade das audiências se reencontrarem com o seu tão querido herói. Indo além, mais recentemente, quase uma década após Rocky Balboa (2006), filme que fechava um ciclo para o personagem de Stallone, veio o spin-off Creed: Nascido para Lutar (2015), que, dado o seu sucesso comercial, logo ganhou uma sequência, Creed II (2018).

Focado no personagem de Adonis Creed, o filho de Apollo Creed (primeiro oponente e, posteriormente, amigo de Rocky Balboa na franquia), é inegável, dado o retorno de Sylvester Stallone mais uma vez ao personagem, que o spin-off ainda era, mesmo que em menor grau, também uma história sobre Rocky Balboa- e, por conta disso, de certa forma já havia certa "garantia" de um elo forte entre a franquia e o público. Dito isso, após Stallone confirmar sua aposentadoria oficial do papel com Creed II, seria então possível da franquia Creed continuar exisitindo e, acima de tudo, fazendo sucesso com a ausência desse personagem tão icônico?

Felizmente, a resposta com Creed III (2023) é sim.

No filme rotirizado por Ryan Coogler (que dirigiu Creed: Nascido para Lutar), Adonis Creed (Michael B. Jordan) está aposentado dos ringues, dedicando o seu tempo para sua família e para o gerenciamento de uma academia. Entretanto, quando Damian (Jonathan Majors), um amigo seu de infância e ex-promessa do boxe, retorna após passar quase vinte anos preso (por uma ocorrência que também teve certo envolviemnto de Adonis), Creed se verá obrigado a retornar à ativa.

Por ser esse indivíduo de potencial notável, que por um erro acabou perdendo tudo e agora luta para recuperar o tempo perdido, Damian é um antagonista cujo a motivação é bastante competente em despertar a empatia do espectador. O reencontro dos dois amigos de longa data, com o personagem de Jonathan Majors ainda sentindo um remorso pelo que acontecera, acaba por despertar fantasmas do passado de Adonis. A partir disso, o longa se establece, então, como uma história sobre um acerto de contas entre esses amigos que por muito tempo estiveram afastados e de seu protagonista com sua própria história. Assim, retornando ao seu passado e aprofundando ainda mais suas origens e seus dilemas, Creed III é um filme que também almeja amadurecer de vez Adonis Creed como personagem em si, o tornando o protagonista definitivo e consistente dessa história.

Nesse contexto, a "fórmula" dos filmes de Rocky Balboa está aqui presente mais uma vez, e chama atenção como Michael B. Jordan, que nesse filme faz sua estreia como diretor, demonstra um entendimento bastante sólido a respeito dos principais elementos que fizeram os filmes dessa franquia serem tão memoráveis para o público- como é o caso das cenas de luta envolventes; de momentos mais intimistas entre os personagens, que definem suas relações e os seus dramas pessoais; e do tradicional escopo inspirador presente na volta por cima e na superação de suas próprias limitações por parte dos personagens.

É destaque, dado esse escopo, como que o cineasta estreante usa e abusa de closes em slow-motion nas sequências de ação, para que o público sinta o impacto de cada um dos golpes deferidos e como que a relação de Adonis e sua família, sua esposa Bianca (Tessa Thompson), a filha do casal e sua mãe, busca ser aprofundada com bastante tempo de tela- além de sua direção propor enquadramentos que trazem a tona os temas que o filme aborda e foreshadowings de sua própria história, como no flahsback da fuga de Adonis com sua própria sombra projetada gigantesca atrás de si mesmo (como se o seu próprio passado fosse o seu maior fantasma) e o momento em que o personagem de Majors e Creed são posiscionados um de frente para o outro como oponentes através de uma parede (já propondo um vindouro e inevitável embate entre os dois).

Creed III, em suma, é a consagração de Adonis Creed, movido pelo talento e pelo carimsa de Michael B. Jordan, como um bom protagonista. Esse talvez não seja um filme sobre uma renovação incisiva no formato da franquia Rocky e Creed, mas sim uma prova de que essa é uma fórmula que ainda possui potencial de render histórias decentes, onde, seguindo em frente com uma nova geração, a ausência de Rocky Balboa não se faz sentir, mas fortalece, na verdade, o conceito de legado.

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