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    Crítica: Insano e divertido, O Esquadrão Suicida é James Gunn ao máximo!

    Crítica: Insano e divertido, O Esquadrão Suicida é James Gunn ao máximo!

    4 min.09/08/2021Guilherme Salomão

    O ano é 2016. Um trailer sensacional, com direito a Bohemian Rhapsody do Queen como trilha sonora, prometia um dos melhores filmes do ano e, quem sabe, a tão sonhada aclamação do Universo DC nas telas após O Homem de Aço (2013) e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (2016), ambos comandados por Zack Snyder, terem dividido um pouco as opiniões do público. O filme em questão era Esquadrão Suicida (Uma a equipe de vilões homônima que se unem em missões de alto risco para salvar o dia) e, diferentemente do que o trailer prometia, esse foi um longa que não atingiu as expectativas, o que levava a Warner Bros. a mais uma vez começar a repensar as suas estratégias com os heróis da DC Comics.

    Dito isso, aqui estamos nós em 2021, com um novo filme de Esquadrão Suicida, que além de agora ser comandado por um diretor e roteirista que foi aclamado em seu trabalho na Marvel, a rival histórica da DC (rivalidade essa que só foi ficando mais intensa com o sucesso estrondoso das histórias da Marvel nas telas por mais de uma década), surge com o intuito de funcionar tanto como uma espécie Reboot/remake, quanto como uma continuação discretamente disfarçada do filme original.

    Nesse contexto, diferente do que vimos na versão de 2016, dirigida por David Ayer, O Esquadrão Suicida de 2021, que agora é comandado por James Gunn, é um filme muito mais coeso e com identidade. Se a versão de Ayer, como dito por ele mesmo, não teria sido o que ele queria por conta das inúmeras intervenções da Warner Bros. no seu processo criativo (O próprio diretor, a exemplo de Zack Snyder com Liga da Justiça, alega a existência do seu "Ayer Cut"), agora fica nítido que o estúdio deu total liberdade para que o novo diretor trabalhasse como bem achasse melhor, algo que ele mesmo já havia confirmado previamente quando questionado sobre o assunto.

    Cinéfilo e fã incondicional de quadrinhos, James Gunn, em O Esquadrão Suicida, demonstra todas as suas habilidades e o talento que já vimos previamente na Marvel. Assim como em Guardiões da Galáxia 1 e 2, o diretor utiliza mais uma vez com maestria seus elementos característicos, como o humor, o uso assertivo da música e uma direção com muita personalidade, que consegue fugir do genérico, adjetivo tão comum para superproduções de grandes estúdios nos últimos anos.

    Porém, com Esquadrão, Gunn vai além do que foi com os Guardiões. Aqui, a ideia do diretor é trazer um clima de insanidade e loucura para a tela. Para isso, ele usa e abusa da peculiaridade na composição visual, apostando na mistura de elementos da linguagem dos quadrinhos com as do cinema; um roteiro escrito de forma não-linear; a violência exagerada e com muito sangue, elementos característicos e proveniente dos filmes trash, assim como o uso intenso e requintado das cores. Todos esses elementos combinados, além de renderem algumas sequências de ação memoráveis, proporcionam um desenvolvimento um tanto quanto caótico e exagerado dos acontecimentos, propositalmente pensados para não fazerem sentido ou com o intuito de soarem ridículos ao seu espectador.

    Além disso, os integrantes dessa equipe e as relações entre eles também são muito bem apresentados. Além de todos os personagens possuírem um momento próprio para brilhar, Gunn escreve um roteiro que explora com frequência diálogos corriqueiros entre eles, onde nós temos a chance de compreender melhor quem são e quais são as motivações desses vilões enquanto figuras descartáveis e subversivas, que entregam sentido a loucura e estranheza propostas pelo diretor para essa realidade vista em tela. Nesse ponto, além do roteiro, vale também destacar as grandes performances de todo o elenco, que conseguem entregar uma dinâmica com bastante química e que funciona a todo o momento.

    Sendo assim, apesar de não fugir de certos clichês do gênero de heróis, O Esquadrão Suicida de James Gunn é um filme com muito mais estilo e unidade narrativa do que a versão genérica e esquecível de 2016. Em suma, o longa é o resultado de um estúdio que vem aprendendo certas lições. Mais do que isso, ele é, consequentemente, a Warner apostando na confiança em um trabalho de um diretor competente, que sabe exatamente com o que está lidando e o que quer e como quer mostrar isso para o seu espectador. 

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