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    Crítica: Na despedida de Scarlett Johansson, Viúva Negra se aprofunda sem muita empolgação no passado da heroína!

    Crítica: Na despedida de Scarlett Johansson, Viúva Negra se aprofunda sem muita empolgação no passado da heroína!

    5 min.11/07/2021Guilherme Salomão

    Interpretada por Scarlett Johanson desde 2010, quando fez sua estonteante primeira aparição em Homem de Ferro 2, a Viúva Negra, com o passar do tempo, foi conquistando cada vez mais o carinho dos fãs dos filmes do Universo Cinematográfico Marvel. Esses, por sua vez, "cobravam" do estúdio que a heroína merecia (e deveria!) ganhar sua própria aventura. E, sem sombra de dúvidas, eles estavam com razão. Pois bem, demorou, mas aqui estamos- após mais de um ano de adiamentos por conta da pandemia de Covid-19, o tão esperado e clamado filme solo de Natasha Romannoff finalmente está entre nós.

    Logo de cara (até mesmo antes de se assistir ao filme em si), Viúva Negra pode parecer uma obra lançada fora de um momento adequado (e não, não estou me referindo ao fato dele ter sido adiado várias vezes). Isso porque, após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato (2019), nós, o público, já sabemos qual é o trágico destino de Natasha. A impressão, antes de assistir ao filme, é a de que a proposta de Viúva Negra poderia facilmente ter sido um filme da chamada fase 1 da Marvel, onde heróis como Homem de Ferro, Capitão América e Thor ganharam seus longas-metragens próprios, onde eram exploradas suas origens e motivações. Porém, a escolha criativa da Marvel foi ir além de um filme que explore isso puramente. Viúva Negra é, na verdade, o que é conhecido como "filler". Falando grosseiramente, esse conceito pode ser entendido como "encheção de linguiça" para preencher um "vazio" determinado espaço de tempo nas tramas de filmes e séries.

    Situada entre os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil (2016) e Vingadores: Guerra Infinita (2018), na trama de Viúva Negra nós somos apresentados ao que aconteceu com Natasha Romannoff no período em que ela encontrava-se foragida por (junto dos outros Vingadores que apoiaram o Capitão América em Guerra Civil) não ter assinado o tratado de Sokovia- o registro dos heróis como agentes governamentais. Sendo assim, agora, ao assistir Viúva Negra, a impressão real com que o espectador fica é a de que o longa poderia ser facilmente descartado, tendo em vista que o grosso dos acontecimentos mostrados não acrescentam muito para a personagem e nem para o universo Marvel dos cinemas como um todo. Basicamente, um filler desnecessário.

    Apesar disso, sejamos justos. Viúva Negra não é 100% descartável ou desnecessário. Um dos pontos mais bem explorados do filme é, justamente, a parte do roteiro assinado por Eric Pearson que, por meio de flashbacks, nos revela um pouco mais das origens da heroína vivida por Scarlett Johansson. Aqui, são explorados os traumas da personagem, treinada, desde que era criança, na chamada Sala vermelha, para se tornar uma assassina profissional, integrante das chamadas Viúvas Negras. Nesse ponto do filme, temas como a busca por uma identidade e libertação do passado, assim como, para o caso específico da heroína, a busca por uma família são aprofundados e tratados com bastante seriedade, onde momentos e diálogos mais pesados são postos de forma corajosa em cena, algo até surpreendente para os padrões dos filmes da Marvel. É claro que a "leveza" e o humor característico das produções do estúdio estão presentes aqui, porém, dosados com mais seriedade que temas como os citados anteriormente pedem.

    Por falar na busca de Natasha Romanoff por uma família, é importante ressaltarmos o excelente elenco do filme. Além de Scarlett Johansson, sempre a vontade no papel, e aqui nos entrega uma grande performance, com emoção digna de uma despedida, o filme ainda conta com Florence Pugh, excelente na interpretação de Yelena, a irmã de Natasha e também uma Viúva Negra. As duas possuem uma grande química em cena, que resulta em irreverentes momentos da dinâmica de irmãs lutadoras. Além delas, vale citar também David Harbour, que vive Alexei Shostakov / Guardião Vermelho (uma bem-humorada versão russa do Capitão América) e Rachel Weisz, como Melina Vostokoff (ex-Viúva Negra). Os dois vivem indivíduos que, em determinado momento da vida de Natasha e Yellena, serviram de figuras paternas para as duas.

    Apesar de não empolgar muito ao longo de sua projeção, o filme é uma aventura bastante competente dentro de sua proposta. Com direção de Cate Shortland, diretora que faz aqui sua estreia em uma produção de orçamento mais robusto, o longa mistura elementos de franquias de ação e espionagem consagradas dos últimos anos, como Missão: Impossível, Bourne e 007, desde as cenas de ação até o desenvolvimento dos acontecimentos.

    Sendo assim, Viúva Negra é um bom filme. Apesar de não ser algo memorável ou marcante e de não fazer acréscimos genuínos a esse Universo Marvel das telas (para não passar batido, há uma cena pós-créditos que promete o retorno de dois personagens específicos em obras futuras), o filme ainda consegue entreter e fazer com que conheçamos um pouco mais sobre a heroína que aprendemos a amar. No final das contas, a justiça foi feita para Viúva Negra e seus fãs, que finalmente tiveram não só a tão clamada aventura solo da personagem, como também a chance de dar um último adeus a heroína, eternizada pelo talento e beleza ímpares de Scarlett Johansson.

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