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Crítica - Planeta dos Macacos: O Reinado se garante no que tornou a franquia aclamada ao longo dos anos

Crítica - Planeta dos Macacos: O Reinado se garante no que tornou a franquia aclamada ao longo dos anos

3 min.08/05/2024Guilherme Salomão

Um dos pontos altos de Planeta dos Macacos - criação do escritor francês Pierre Boulle - sempre esteve na forma como a franquia articulava comentários e críticas a respeito de particularidades e comportamentos da humanidade propriamente dita.

No cinema, essa façanha foi destaque logo no primeiro filme, "O Planeta dos Macacos" (1968). Nele, o comentário sobre o caráter autodestrutivo da raça humana - especialmente pelo uso de armas nucleares - se consagrou em uma cena final antológica, em que o astronauta interpretado por Charlton Heston dá de cara com uma Estátua da Liberdade em ruínas.

Agora, "Planeta dos Macacos: O Reinado" (que chega nos cinemas no próximo dia 09) tem um dos seus grandes méritos na forma como também faz dessa característica um dos principais nortes de sua narrativa. O filme marca o retorno da franquia aos cinemas sete anos após o encerramento de uma bem-sucedida trilogia  - "A Origem", de 2011, "O Confronto", lançado em 2015, e "A Guerra", de 2017.

Na trama, acompanhamos a história de Noa (Owen Teague), um jovem chimpanzé que após ver seu clã ser destruído por um misterioso outro grupo de símios, embarca em uma jornada de descobrimento a respeito do passado de seu planeta. Sobretudo com relação a uma época em que macacos e humanos conviviam em harmonia.

Ambientado gerações depois da história de César - um Chimpanzé que conduziu os primatas em direção à liberdade dos maus tratos do homem -, O Reinado explora justamente o legado de sua figura enquanto messias e líder. Centenas de anos depois da história da última trinca de filmes, sua mensagem de compaixão e bondade parece esquecida. Presente apenas na memória de alguns poucos símios, como é o caso do simpático Orangotango Raka (Peter Macon) - que se une a Noa e a uma humana chamada Mae (Feya Allan) em sua jornada.

Nesse contexto, surge a figura do vilão da história: Proximus César (Kevin Durand). Se autodescrevendo como um adepto da palavra de César, Proximus almeja a sua ascensão como novo líder dos símios nos moldes de um imperador impiedoso. É por meio da violência e do derramamento de sangue que ele enxerga uma maneira de conduzí-los a feitos tão grandiosos quanto os dos humanos na época em que esses eram os seres dominates na terra.

Assim, é por intermédio de uma história bem direta, e com os arquétipos clássicos de herói e vilão, em que "Planeta dos Macacos: O Reinado" utiliza do surgimento e embate de Noa e Proximus em prol de uma temática central bastante clara: as interpretações por vezes errôneas das mensagens dos grandes líderes sociais e religiosos.

E se foi o realismo, a verossimilhança da concepção desse universo e as cenas de ação mais dinâmicas que renovaram a franquia em sua última trilogia, O Reinado consegue manter esse mesmo nível de seus antecessores. No longa, são inúmeros os momentos em que a agilidade da câmera do cineasta Wes Ball (Maze Runner) seguindo os movimentos dos seus personagens impressiona - como é o caso de toda uma longa sequência introdutória de Noa e sua família. Ademais, o design de produção também chama atenção na concepção de alguns dos cenários - principalmente pelo nível de detalhes e na imaginação de ruínas e resquícios dos seres humanos.

"Planeta dos Macacos: O Reinado", então, acerta por apresentar uma nova geração prezando por aquilo que fez da franquia aclamada em seus momentos de maior destaque. Em suma, é uma boa aventura e que ainda aponta para um futuro que tem tudo para continuar promissor.

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