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    Crítica: Soul é a estreia da Pixar no streaming com o pé direito!

    Crítica: Soul é a estreia da Pixar no streaming com o pé direito!

    4 min.27/12/2020Guilherme Salomão

    Que 2020 foi um ano cheio de atrasos e adiamentos para o mundo do cinema a maioria de nós já sabemos. Entre as vítimas, até mesmo a Pixar, o famoso estúdio de animação digital 3-D, foi afetada. Com dois lançamentos previstos para o ano de 2020, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica e Soul, o primeiro foi lançado nos cinemas em março, já o segundo chegou ao Disney Plus (o que não estava nos planos da empresa, que pretendia lançá-lo também no cinema) como presente de Natal da Disney de 2020 essa semana.

    Dirigido por Pete Docter e co-dirigido por Kemp Powers, com roteiro dos próprios Docter e Powers e Mike Jones, Soul conta a história de Joe (Jamie Foxx), um músico de Jazz insatisfeito com o rumo que sua carreira está tomando e que espera por uma grande chance para mudar isso. Ao receber essa oportunidade, porém, ele acaba sofrendo um acidente e morre. A partir daí, agora em um tipo de reino cósmico onde almas se reúnem no pré e pós-vida, Joe passará por uma jornada de autodescoberta acompanhado de 22 (Tina Fey), uma alma do pré-vida que não tem interesse em viver na terra.

    Soul é a fórmula tradicional da Pixar de desenvolver histórias e universos: Personagens cativantes, situações divertidas e aquela famosa mensagem forte ao final que atinge em cheio a audiência adulta, fazendo jus a proposta do estúdio de animações tanto para crianças, quanto para os adultos, estão presentes aqui. Nos lembrando muito do que vimos em Divertida Mente (2015), Soul busca criar uma explicação sobre como nossas personalidades, sonhos e ambições são criados, utilizando então a criatividade usual dos roteiristas do estúdio aliados com os lindos visuais da animação desenvolvidos pelos animadores.

    É claro que parece chover no molhado falar que em todo novo longa da Pixar a animação está impecável, realista, etc. Porém, assistindo a um filme como Soul é inevitável que isso ocorra, tendo em vista o nível de detalhes absurdo atingidos aqui. Situado em Nova York boa parte do tempo, em algumas sequências chega a parecer que estamos em cenários reais em live action, já em outras, o encantamento é infalível devido a beleza das cores utilizadas. Além disso, não posso deixar de falar que a animação também é bem feita quando o filme passa para a espécie de plano astral entre a vida e a morte, com um design de produção minimalista, porém bastante funcional ao apresentar esse novo "universo".

    Por falar em funcionalidade, toda a sequência do novo plano entre a vida e a morte é convincente também conceitualmente. Somos apresentados a jovens almas que desenvolvem paixões e personalidades antes de chegarem a vida, assistidas por almas de pessoas que morrem e por sua vez se tornam mentores dessas. Além disso, as almas perdidas, pessoas que ainda em vida se desconectam dela (e aí mora uma parte da mensagem do filme), são outro conceito interessante apresentado pelo filme. E claro, tudo isso é pensado com a criatividade e humor tradicionais do estúdio de animação, optando por representação visual ao invés de explicações maçantes por meio de diálogos.

    Outro destaque de Soul é a sua trilha sonora. Talvez uma das melhores e mais complexas da Pixar, aqui temos uma mistura de excelentes números de Jazz quando falamos das sequências em Nova York, alternados com um tipo de música progressiva-experimental no plano pré e pós-vida, funcionando perfeitamente para ditar o clima dessas duas diferentes ambientações ao longa da projeção.

    Soul é mais um acerto da Pixar, agora em sua estreia no streaming. A perfeição técnica do estúdio, que aqui parece alcançar o seu ponto máximo (pelo menos até o seu próximo filme ser lançado), aliados a uma jornada de autodescobrimento e uma mensagem importante sobre valorizar cada momento e tudo que temos em vida, resultam em mais um longa padrão Pixar, sem muitos ineditismos, porém com o poder de tocar audiências, ainda mais em um ano como 2020.

    Nota: 9,0

    Soul (2020)

    Direção: Pete Docter e Kemp Powers / Roteiro: Pete Docter, Kemp Powers e Mike Jones / Elenco: Jamie Foxx, Tina Fey, Graham Norton, Rachel House, Alice Braga.

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