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Crítica — “Twisters” replica modelo do primeiro filme, mas com mais foco em pessoas e menos senso de urgência

Crítica — “Twisters” replica modelo do primeiro filme, mas com mais foco em pessoas e menos senso de urgência

4 min.11/07/2024Guilherme Salomão

Sucesso na década de 90 principalmente por conta de seu bom elenco e efeitos de ponta, “Twister” (1996) agora ganha uma continuação mais de 30 anos depois de seu lançamento nos cinemas. Na trama de “Twisters” (atenção para o “s” no final), acomapanhamos a história de Kate Cooper (Daisy Edgar-Jones), uma jovem que volta a ativa após anos afastada da caça à tornados por conta de uma tragédia com um de seus projetos. A intenção dela é ajudar seu amigo Javi (Anthony Ramos) a testar um novo sistema de rastreamento meteorológico. A dupla, porém, acabará cruzando caminhos com Tyler Owens (Glen Powell), um Youtuber famoso por compartilhar suas aventuras envolvendo tempestades catastróficas.

Apesar de “Twisters ” não ser necessariamente uma sequência direta do longa original, e de também não trazer de volta o seu elenco, o filme — que chega nos cinemas brasileiros nessa quinta (11)— segue uma estrutura e linguagem semelhantes a de seu antecessor. A direção de Lee Isaac Chung (“Minari”, 2020), por exemplo, é bem próxima a de Jan Le Bont, diretor do sucesso dos anos 90. A câmera na mão inquieta e os cortes frenéticos da montagem, aqui, mais uma vez ditam o ritmo das sequências de ação e entregam a sensação de caos das situações. 

A jornada da nova protagonista também é similar a da personagem de Helen Hunt (intérprete de Jo Harding no longa de 96), já que Kate é movida em grande parte pela culpa e pelo peso que carrega com relação ao seu passado. Além disso, assim como em seu predecessor, de início acompanhamos duas equipes rivais lidando com os tornados. A grande diferença com relação a isso, entretanto, é que os personagens de Glen Powell e de Daisy Edgar-Jones, a partir de determinado momento, deixam a rivalidade de lado e se unem por uma motivação em comum que guiará toda a parcela final do longa — e se Helen Hunt e Bill Paxton formaram uma boa dupla em “Twister”, Powell e Edgar-Jones conseguem repetir o tipo de química que se encaixa muito bem em uma produção desse calibre.

Porém, é com relação a forma como “Twisters” lida com o gênero ação propriamente dito em que mora talvez a diferença mais significativa desse com o seu material primário. Por um lado, a estrutura da aventura e a maneira como o diretor escolhe filmar as sequências de adrenalina são semelhantes. Por outro, “Twister” era um filme que abordava a ação de forma mais direta se comparado com sua sequência. A opção, agora, é por mais pausas dramáticas, com um aceno maior para o drama dos seus personagens e das pessoas comuns que são afetadas pelo rastro de destruição deixado pelos tornados por onde passam. 

É fato que o primeiro filme também contava com o drama do casal principal, que passava por um processo de divórcio, mas nesse, de toda forma, Lee Isaac Chung — cineasta que se destacou no gênero por conta de “Minari”, um drama familiar indicado ao Oscar em 2021dedica ainda mais tempo à esse fator. “Twisters” não chega a ser profundo ou excepcional nisso, mas essa é uma escolha que faz diferença na condução e no ritmo da narrativa. É interessante vermos esse lado da preocupação humanitária. Porém, o filme perde uma boa parcela do senso de urgência presente na fita dos anos 90. 

Além disso, temos aqui um longa que soa mais “fácil” do que o anterior em termos de produção. Uma das graças e pontos altos da película lançada em 1996 era o seu clima de “Tour de Force” enquanto realização cinematográfica, onde a mescla entre efeitos digitais e práticos era impressionante. “Twisters”, por outro lado, parece muito mais como um piloto automático nos padrões dos grandes blockbusters hollywoodianos contemporâneos. E isso não significa que o filme seja ruim. Suas cenas de ação, principalmente a sequência incial e o seu clímax, são ótimas dentro da proposta de um cinema espetáculo. Entretanto, elas parecem menos marcantes do que aquelas feitas nos anos 90. 

Twisters”, apesar de não ser nada muito brilhante, é uma aventura que resgata o espírito do original ao mesmo tempo em que consegue ser diferente em certos pontos. No todo, é uma produção honesta, com elenco carismático, e que cumpre o que se propõe no que tange um blockbuster de ação que entretém. 

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